a tríplice coroa da beleza, do espírito e da riqueza

Muitas vezes eu assistia calado aos tiroteios dessa guerra feminina. Alguma rival, observando a suprema delicadeza do gesto casto e gracioso de Emília, ralava-se de inveja e dizia para as amigas:

— Ai, gentes! Não me toquem!...

— É mesmo um alfenim! acudia outra.

— Pois há quem suporte aquilo?

— Ora! É rica! Tem bom dote!

— Já repararam? Nem ao mano ela se digna apertar a mão!

— Tem medo que não lha quebrem, coitadinha!..

— Não falem assim! dizia Júlia voltando-se com um gesto suplicante. Que mal lhes fez Mila?... Pois olhem! Eu acho aqueles modos tão bonitos!...

E Julinha, a flor exale da sua fragrância, tomava a defesa da prima, e fazia com uma doce melancolia o elogio daquele suave matiz de pudicícia, que ela, mísera, tão cedo perdera. Ouvindo-a, eu me sentia atraído para essa boa alma, que Deus tinha feito para a família e a mãe desterrara para o mundo.

Apesar da esquivança constante de Emília, eu observei, depois de algumas semanas, que ela tinha um círculo especial de admiradores, onde escolhia habitualmente seus pares.

Esses felizes preferidos obtinham, além do favor da costumada contradança, um largo intervalo de conversa íntima.

Nessas ocasiões ela