— Amanhã mesmo tratarei disso. Como se chama a menina?

— Homem! Se queres que te diga, não sei. Mila deu-me um papel, que eu nem abri. Deve estar no bolso do meu redingote.

— Pois isso é indispensável, assim como a idade, filiação...

— Eu vou para casa, e te mando o papel hoje mesmo.

Esperei até a noite com febril impaciência. Geraldo não cumpriu a promessa; mas no dia seguinte por volta de uma hora ele apareceu.

— Aqui tens! disse-me tirando da carteira a nota. — E adeus.

— Aonde vais já? Não queres jantar?

— Hoje não. Vou jantar ao Jardim; temos lá esta noite um pagodezinho sofrível.

Ao descer a escada, voltou-se:

— Sim! Eu prometi a Mila que o negócio não passaria desta semana. Vê se me deixas ficar mal!

— Vai descansado — respondi-lhe sorrindo.

Reli a nota que Geraldo me havia dado. Era uma meia folha de pequeno velino, onde a mão de Emília traçara algumas linhas com elegante e fina escritura. Conservei este papel por muito tempo; creio que o queimei sem querer de envolta com outros. Nem já me lembra o nome da menina, que teve, sem o saber, uma influência rápida, mas decisiva na minha vida.

Uma carta da mulher que eu amasse talvez não produzisse em mim a emoção que senti lendo aquelas