78 DOM JOAO VI NO BRAZIL

viu compellido, por uma revolugao rugindo ameagadora na velha descurada metropole, a abandonar as hospitaleiras plagas do Brazil e regressar a Portugal, sumido no hori- zonte n um momento de desespero nacional e de novo en- trevisto em sobresaltos de pavor pessoal ( I ) .

Luccock teve uma verdadeira intuigao d esse estado d alma do soberano ao escrever (2) as seguintes palavras, a proposito da diligencia empregada pelo gabinete de Lon- dres e particularmente por lord Strangford para, depois da paz geral, promover o regresso para a Europa da dy- nastia que elles proprios tinham decidido a exilar-se : O frio e fleugmatico politico do Norte raramente calcula o ef f eito das bellas paizagens sobre o espirito humano ; pois de contrario nao esperaria que a corte de Portugal deixasse sua nova residencia. Esta influencia e silenciosa mas pode- rosa; seu operar e universal e perpetuo, renovado por cada sol nascente e ajudado por cada luar refulgente. Ella ha aqui frequentemente combatido o estimulo do interesse e destruido a persuasao do argumento, e e geralmente mais efficiente nos espiritos que menos se apercebem do seu exer- cicio. A suggestao da natureza tem contribuido para tornar a corte portugueza desejosa quasi de alterar a sua designa- gao, e os estrangeiros favorecem-lhe esta inclinagao, fallando da corte do Rio e nao mais da de Lisboa." Rot dn Bresil, nunca de outra forma se referia a Dom Joao o consul geral de Franga, Lesseps, na sua correspondencia official para Pariz.

��(1) Esta descripgao da chegada da famijia real ao Rio foi dada n ntn artigo do auctor na revista flumiri ense l^o^mos, anno I, que aqui 6 qussi littoralmente reproduzido.

(2) J. Luccock, Notes on Rio de Janeiro and the southern parts of Brazil. London, 1820.

�� �