DOM JOAO VI NO BRAZIL 79
O Brazil parecia ter entao a boa fortuna de ser que- rido de toda a gente, o que se explica facilmente. Na se- gunda metade do seculo findo aconteceu outro tanto com o Japao: em ambos os casos o que se deu foi o termo de uma longa curiosidade afinal satisfeita, gerando-se d esta satis- facgao uma facil sympathia. Com muito mais razao alias no nosso caso visto que no Brazil, quasi de todo cerrado por dous seculos aos estrangeiros, si estes encontravam menos attractivos de civilizagao artistica, so poderiam em compensa- c.ao deparar com um franco e generoso acolhimento por parte de gente da mesma rac,a, que nao nutria desconfiangas de suzerania porquanto ja tinha tutela, e dupla- - a domestica e a britannica - - , e precisava para emancipar-se politicamente de ensinamentos de todo o genero.
O accesso a terra maravilhosa e mysteriosa foi aprovei- tado com todo o ardor creado pelo espirito scientifico mais desenvolvido e mais disseminado que, sobretudo no dominio natural e no terreno geographico, se estava manifestando tao caracteristicamente na epocha posterior a dos Encyclo- pedistas. O Rio de Janeiro em particular tornou-se durante o reinado de Dom Joao VI um ponto de encontro de es trangeiros distinctos. Entre os proprios representantes das naqoes europeas contavam-se homens de merecimento como Chamberlain, o consul geral britannico, que mais tarde exerceu nao pequena influencia sobre a marcha dos aconte- cimentos politicos, e von Langsdorff, o consul geral russo, que havia sido o valioso chronista da viagem em redor do globo do commodoro russo Krusenstern.
Ambos estes funccionarios tinham-se deixado seduzir pelos encantos da natureza local, sendo von Langsdorff proprietario de uma fazenda na Raiz da Serra, onde culti-
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