DOM JOAO VI NO BRAZIL

re a ausencia de aspiragao a elegancias, a escassez do iriter- curso europeu e a viveza do espirito nacional. Nas proprias reunioes, cm que se tocava e cantava mais do que se jogava, a escolha musical recahia sobre as modinhas e outras delicio- sas cangSes de origem popular e sabor lyrico, que celebra- vam o amor, o ciume e a saudade.

Sao Paulo nao era entao a. terra das grandes escrava- rias que posteriormente foi, quando principiou a grande cultura de cafe. Contavam-se bastantes pretos, mas nao se importavam muitos. Apenas Sao Pedro do Sul e o Rio Ne gro os recebiam em menor escala : esta capitania porque n ella os indios, muito abundantes, substituiam no servigo dos pou- cos senhores os africanos, e aquella porque o seu clima tem- perado e a natureza do trabalho rural permittiam a franca participate dos brancos. Os escravos custavam mesmo muito caro no extreme sul e os que havia, mais se occupavam, por conta dos donos, em officios de que se sentia grande falta, como de sapateiro, lavadeira, etc.

Tambem a criagao representava em Sao Paulo mais ainda do que a agricultura, a principal occupacao dos habi- tantes. Suas industrias cifravam-se no fabrico de algodoes e las grcsseiras e de chapeos brancos de castor, afora o fa brico caseiro de rendas e o cortimento das pelles, tendo sido posta de lado por complete a minerac,ao, em outros tem pos febrilmente tentada ( I ) . O meio tampouco era de en- tibiar os trabalhos bragaes, dando o solo da costa frutas tro- picaes, mas a immensa regiao alta as frutas europeas, e sendo sobretudo fresca e revigorante a comarca do sul que tinha por sede da ouvidoria Curitiba e que, actualmente

��(1) Spix e Martins o M-:\vo. obs. cits. C.-istor deve <xrtmente significar feltro on outro material felpudo.

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