138 DOM JOAO VI NO BRAZIL

primento do Para. E claro que para o transporte de gene- ros e pessoas se appellava sobretudo para a extraordinaria distribuicao hydrographica do Brazil: "rios que desaguao no Tocantins e por este ate o Para, e mesmo ate ao Mara- nhao pela nova estrada, que Sua Alteza mandou abrir pelo sertao, desde o Tocantins ate ao Itapicuru, e por elle abaixo ate a sua foz. Assim, dentro de poucos annos, havera entre estas duas Provincias maritimas, e a central de Goiaz hum grande, e activo commercio com avultados interesses reci- procos, e facilmente se povoarao aquellas terras abengoadas, cuja fertilidade promette huma agricultura sem restricgao, e immensa" (i).

Em obediencia a semelhante piano, que era em resumo o de cimentar o systema politico brazileiro com a facilidade das communicacoes Jnternas - - urn piano que era muito, que fora sempre de D. Rodrigo, mas que teve de ser aban- donado pelo deshabitado do sertao , desenvolvimento da na- vegagao costeira que o vapor mais tarde ajudaria podero- samente, e importancia muito maior do littoral, gragas mesmo a attencao concentrada na corte - - pens,ou-se em obras gi- gantescas, sem todavia existirem recursos proporcionados a intencoes, nem sobretudo a extensoes tamanhas. Os rios To cantins e Araguaya e os tributaries do Amazonas seriam mandados explorar na idea de animar aquellas communica- <;oes com o alto sertao brazileiro, e em particular se melhora- ria a navegacao que de Villa Bella se dirigia ao Amazonas pelos rios Guapore, Mamore e Madeira, nao havendo muito a esperar da navegacao do Cuyaba e ligacao com o systema norte do Arinos, Tapajos e Amazonas, pelas muitas cachoei- ras do Arinos e multidao de indios barbaros e indomaveis.

��(1) Padre Luiz G. dos Satictos, ob. clt.

�� �