DOM JOAO VI NO BRAZIL 171

Portugal como grande potencla maritlma, devendo o Brazil fornecer madeiras e canhamo para as constructs navaes, deixara a pasta ao cabo de quatro annos sem ter mandado faze;- um so vaso no arsenal de Lisboa, nem lavrado um so regularnento tendente a corrigir o governo do Brazil.

D este ministerio passara para o Erario a ver se alii realizava as abundancias de dinheiro, que pedia sempre quando estava na Repartigao da Marinha, e que quando Iho nao davam attribuia isso a falta do Ministro da Fa- zenda". Ajuntava Hippolyto, com o seu espirito de sal um tanto grosso, que na administrate do que ia ser no Brazil conde de Linhares se enchera o almirantado portuguez de tao numerosos empregados quanto o inglez e se expedira "urn a infinidade de leys, alvaras, decretos e avizos, que sempre precizavam de outros para sua explicagao, havendo tal cego em Lisboa que se enriquecera so a vender as leys que publicava D. Rodrigo."

N um gabinete a moderns, D. Rodrigo levaria com sua febril actividade os companheiros a reboque, mas no tempo dos conselhos brazileiros de Dom Joao VI nao estava ainda descoberta a solidariedade ministerial. Cada um dos ministros governava por si e o Rei governava a todos. Os collegas de Linhares nao eram todavia figuras de papelao. Anadia podia dizer-se uma utilidade, sobre ser um homem culto, e a D. Fernando de Portugal, tendo sido de 1801 a 1806 vice-rei no Rio de Janeiro, onde so deixara saudades, e depois presidente em Lisboa do Conselho Ultramarino, nao Ihe faltava familiaridade com os altos postos da admi- nistraqao, nem conhecimento pratico da colonia. Demais sempre passou a justo titulo por homem bom, avisado e pradente, porventura timorato e pacatao, sem altos pianos

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