232 DOM JOAO VI NO BRAZIL
A introducgao da sciencia medica ou pelo menos do ensino medico no Brazil deve-se a urn pernambucano, o Dr. Jose Correa Picango (depois barao de Goyanna) o qual, apoz fazer estudos em Lisboa, os fora completar a Pariz e ahi se casara com urna filha do celebre professor Sabatier, sendo, de regresso a Portugal, successivamente nomeado lente de anatomia e cirurgia na Universidade de Coimbra, I- cirurgiao da real casa e Cirurgiao-mor do Reino. Foi n esta dupla qualidade que acompanhou a sua patr-ia a fa- milia real, propondo ao Principe Regente na passagem pela Bahia, onde apenas existia um seminario, a creagao de uma escola de cirurgia, effectivamente mandada organizar pelo Aviso de 18 de Fevereiro de 1808. So em 1816 no emtanto obteve a referida escola, por emprestimo do hospital militar, os primeiros instrumentos para dissecagao dos cadaveres, sendo n esse mesmo anno que as duas cadeiras primitivas, fundadas e logo providas, se desdobraram effectivamente em cinco aulas ou annos ( I ) , regularizando-se o ensino me dico de accordo com o piano do Physico-mor honorario Ma- noel Luiz Alvares de Carvalho, bahiano de nascimento, for- mado em Coimbra, medico da real camara e director dos es- ,tudos de medicina no Brazil. Em 1817 aggregou-se uma ca- deira de chimica, regida pelo professor de Coimbra Sebas- tiao Navarro de Andrade, ao programma anterior que abran- igia anatomia, physiologia, pharmacologia, hygiene, patholo- gia, therapeutica, operacoes e obstetricia.
Foi igualmente Manoel Luiz Alvares de Carvalho o organizador (2), no hospital da Santa Casa da Misericordia, da escola medica do Rio de Janeiro, creada como a da Bahia
��(1) Carta Regia <3e 29 de Dezembro de 1815.
(2) Decreto de 1 de Abril de 1813.
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