14 DOM JOAO VI NO BRAZIL

mada do Reino. Tal invasao era agora igualmente temida pela Hespanha por motivo da passagem infallfvel pelo seu territorfo das tropas devastadoras, esforgando-se por isso quanto podia para que nao fosse alterada a paz.

Sob pretexto de que nao mais o revestia o caracter di- plomatico, acabou Araujo por ser preso no Templo, por causa das indiscregoes de uns agentes seus que accusavam urn pouco alto o Directorio de venalidade, gabando-se de, me- diante a sabfa distribuigao de alguns milhoes em diamantes brazileiros, adrede vindos de Portugal, o fazerem acceitar mesmo uma ratificagao tardia. Esta chegou finalmente, tra- zendo a data de i de Dezembro, mas ja se vio considerada sem ef f eito ( i ) .

Foi sempre manifesta a tendencia predilecta do Principe Regente de proceder de harmonia com a tradicional alliada, cujo egoismo no emtanto a cada passo se evidenciava. N essa tendencia o acompanhava sinceramente a mor porgao dos seus conselheiros. Apenas alguns homens de Estado, desgos- tosos com a palpavel indifferenga ingleza e seduzidos pelas reformas sociaes, cujo espirito n aquelle momento a Franga symbolizava, inclinavam-se de preferencia para um franco accordo com este paiz, no secreto anceio, que Dom Joao bem percebia, de que a allianga republicana determinasse em Por tugal importantes modificagoes politicas.

Lafoes, Correa da Serra, Seabra, a quern Dom Joao despedio e exilou em 1799 como mentor demasiado auctori- tario, representavam a corrente franceza; Balsemao, Ponte de Lima, os futures condes de Linhares e Galveas a costu- mada influencia ingleza. Excepgao feita de Linhares, por- quanto Galveas nao passava de um fatuo pouco instruido e

(1) F. School!, ob. cit.

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