DOM JO AC VI NO BRAZIL 383
fumo, e iniciando um estado de cousas que pode dizer-se ate hoje se prolonga, as pobres manufacturas do Reino viram-se afastadas em proveito das superiores manufacturas britanni- cas, pela reducgao que as ultimas fora concedida. Igualmente exerceu essa reducgao pernicioso effeito sobre certas indus- trfas e culturas incipientes no reino ultramarine, taes como da seda, do anil, da cochonilha, do canhamo, do trigo, dos teci- dos de algodao, dos cortumes e das salinas, que a metropole anteriormente impedira e que a sombra da franquia de 18.08 tinham comecado a medrar sob bons auspicios.
Em vista por um lado das circumstancias economicas predominantes, e por outro das condigoes politicas geraes em que se achavam as duas potencias contractantes em rela- gao uma a outra - - si bem que no momento precisamente do inicio das negociagoes precisasse a Inglaterra muito, por mo- tivo do bloqueio continental, do mercado brazileiro, e grande numero de officiaes inglezes requeressem ir servir em Portu gal, tendo bastantes militares portuguezes acompanhado a corte e sendo nao poucos dos que ficaram taxados de fran- cezes nao podia o tratado com a Inglaterra deixar de re- presentar para Portugal uma capitulacao e para o Brazil uma inferioridade. De facto assim succedeu.
As condicoes exaradas no convenio de 1810 significa- vam a transplantacao do protectorado britannico, cuja situa- gao privilegiada na metropole se consagrava na nossa es- phera economica e ate se consignava imprudentemente como perpetua. A falta de genuina reciprocidade era absoluta e dava-se em todos os terrenos, parecendo mesmo difficilima de estabelecer-se pela carencia de artigos que se equilibras- sem na necessidade do consume, sendo mais precisos no Brazil os artigos manufacturados inglezes do que a Inglaterra as
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