DOM JOAO VI NO BiUZIL 441

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tade por despefto, chrismaram em Rei do Brazil. Para se- melhante politica, que a Inglaterra poude applicar trium- phantemente durante o seculo XIX, e sem que se devam comparar as duas historias, faltaram todavia a tentativa por- tugueza as condigoes essenciaes proprias a Ihe assegurarem a estabilidade e o exito: a energia material que defendesse victoriosamente as acquisigces e o espirito liberal que, fa- zendo-as prosperar, as justificasse.

O imperialismo da corte do Rio de Janeiro entrou para mais a exercer-se contra tod as as circumstancias de idiosyn- crasia e de momenta que poderiam impellil-o vantajosamente. Nem existia entre a populacao nacional espirito militar, nem a situagao militar era no minimo lisonjeira. A guarnicao do Rio compunha-se, antes de iniciadas as guerras exteriores e as revolucoes domesticas quando tiveram de vir do velho Reino importantes divisoes auxiliares - - de trez regimentos de infanteria, um de cavallaria e um de artilheria, um total nao superior a dous mil homens porque os quadros nunca se achavam completos.

Entre essa tropa nao reinava boa disciplina nem sobe- java competencia profissional. Os soldados faziam exercicio somente uma vez por mez e, alem de andar sem p re em atrazo o pagamento dos soldos, eram tao mal remunerados que precisavam, para se poderem manter e as familias, tra- balhar n outros mesteres, dividindo os seus lucres com os officiaes os quaes, a troco da esportula, fechavam os olhos a vil irregularidade de serem os soldados do Rei ao mesmo tempo sapateiros, Pescadores, etc.

Afora a mencionada tropa de linha, existiam por occa- siao da chegada da corte dous regimentos de milicias, for- mados pelos logistas, caixeiros e marganos e commandados

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