DOM JOAO VI NO BRAZIL 505
firmava porem nos sacrificios portuguezes da guerra, antes a pparecia como um sacrificio mais e dobrado, a saber, como um fraco equivalente da franca e incondicional restituigao da Guyana ao Rei Christianissimo, e sobretu do da cessagao do resgate na costa da Mina, Bissao e Cacheo, d onde iam cada anno para o mercado brazileiro nove a dez mil negros.
Palmclla, a quern logo depois se aggregou Lobo da Silveira, acompanhou em Pariz ate quasi o fim do anno de 1815 as negociacoes das quatro grandes potencias Russia, Austria, Inglaterra e Prussia que pensavam ter esma- gado de vez a Franca, mas tratavam de prevenir novas sur- prezas, exigindo abandonos e mutilacoes de que se nao cogitara em 1814, quando os alliados usaram para com a nagao vencida, no interesse da popularidade dos Bourbons, de uma notavel longanimidade. Portugal nao fora chamado a intervir na regulagao da nova paz e meclidas complemen- tares do tratado de Vienna: por isso seguia Palmella de fora, mas nao menos activamente, as combina^oes que se iam desenrolando, afim de se dar conta do que occorria, decidir o que convinha evitar ou promover e entrar nos arranjos na occasiao opportuna.
Nada descurava elle que importasse o decoro nacional. Assim, queixou-se de Portugal nao haver sido convidado para tomar parte na convenc,ao relativa a custodia de Bona parte, tanto mais quanto a ilha de Santa Helena, lugar esco- Ihido para reclusao do prisioneiro da Europa, ficava situada justamente entre as possessoes africanas e a seccao ameri- cana da rnonarchia luzitana, costumando o seu porto ser frequentado por embarcaqoes portuguezas. A prova de que tinha consistencia o argumento de Palmella e que, ao tratar- se mais a serio, no anno de 1817, da evasao de Napoleao, o
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