DOM JOAO VI NO BRAZIL 537
balternos de que fosse o joguete. "A doenga que acaba de padecer, enfraquecendo suas faculdades, apenas Ihe deixou a paixao de intrometter-se em todas as questoes, e como nem mais pode assignar papeis, parece somente empenhado em impedir seu collega de concluir negocios que com pezar ve collocados fora das suas attribuicoes ( I ). Quando mesmo fosse verdade, e o quadro e traigoeiro porque Debret e outros descrevem diversamente a agonia placida do es- merado dilettanti, o triste declinio nao excluiria o meio dia brilhante que teve o collaborador de Dom Joao VI na emancipac/io escripta do Brazil.
A elevagao da colonia a Reino obedeceu tambem, entre seus motives complexes, de suggestfio e de acceitacjio, a idea de por obstaculo ao dcscontentamento que mesmo no Brazil ja se estava formando. As capitanias do norte queixa- vam-se por exemplo, ou melhor, n ellas se queixavam alguns dos espiritos que entravam a nutrir aspiragoes e manifestar opinioes, de que a residencia brazileira da corte podia ser uma honra, mas trazia aquellas terras encargos addicionaes ( additional burdens , escreve Armitage ) , sem que colhessem comparativamente as vantagens conferidas a metropole bra zileira pela permanencia da familia real.
A tal estado de espirito nao seria dentro em pouco alheio o movimento pernambucano de 1817, gerado nas sociedades secretas que passaram a funccionar no Brazil, e do qual foi outro elemento importante o impulse portu- guez no intuito de determinar pelo resentimento o regresso de Dom Joao. Em Portugal o azedume accelerara o seu curso com a equiparagao politica, tao a proposito applicada para estimular o orgulho dos Brazileiros e distrahir sua
��(1) Arch, do Mm. dos Neg. Est. de Franga.
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