DOM JOAO VI NO BRAZIL 717

antes carregando a Hespanha com a responsabilidade do mallogro de urn ajuste que estaria effectuado si o seu gabi-

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nete tambem mostrasse empenho em adherir as vistas pro- postas.

Palmella e Marialva nao pensavam exactamente sobre o assumpto ccmo o monarcha e seus conselheiros, preferindo um tratado a suspensao das negociagoes, cujo effeito se Ihes affigurava poder ser a guerra. Recommendavam consequente- mente que se apparelhasse o general Lecor com os meios precisos de resistir a expedicao de Cadiz, porque "hum dezar que as nossas armas experimentem em Montevideo seria tanto mais sensivel quanto a Europa toda estara disposta a julgar do acerto da nossa actual conducta pelo rezultado que tiver aquella contenda" (i).

Os plenipotenciarios portuguezes n essa occasiao per- sistiam ou apparentavam de firmes na crenga de que a expe- digao estava prestes a seguir, apezar dos series embaragos que tanto a tinham feito demorar, e para de todas as formas estorval-a, affirmaram ao ministro dos negocios estrangei- ros da Gra Bretanha que a corte brazileira, no intuito de diminuir seus perigos, caso a expedigao partisse sem aviso previo, se veria forgada a reconhecer a independencia de Buenos Ayres.

Portugal proseguira mantendo sua postura, como Ih a ageitara Palmella, e a sem razao continuava segundo todas as verosimilhangas a estar com a Hespanha, cuja ma fe re- sumava sem disfarce nas notas prolixas, irritadas e aggressi-

��(1) Officio de Palmella e Marialva a Tliomaz Antonio de 4 Setembro de 1819, no mago cit. ibidem. Este officio, bem como a nota dos mosmos aos representantes dss poteucias medianeiras, de 15 de Agosto de 1819, e a memoria historica de 26 de Agosto, com a nota da mesma data e os projectos de tratado annexes, acham-se publi- cados no vol. I dos DcsixicJtos e CorrcspoiKJcncia do duque de Talmella.

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