DOM JOAO VI NO BRAZIL 741
O escriptor carecia a seus proprios olhos de importancia emprestada pelo poder : seria precisa esta rehabilitagao pu- blfca para tornal-o ameno. Foi dest arte urn demolidor em parte a forga, que rejeitaria porventura gratificagoes, mas nao engeitaria de certo posigoes.
Comtudo observava Palmella, ao tempo da sua missao londrina, que o Correio Braziliense tinha, desde certa epocha, quasi cessado seus ataques a legagao e ao governo, "sendo voz publica em Londres entre os Portuguezes, que elle recebe para esse fim uma pensao da nossa Corte". (i) E facto que a linguagem do jornalista se modificou sensi- velmente depois da partida de Funchal, podendo filiar-se o caso n uma antipathia pessoal, de sobejo conhecida. Nem Pal mella adopta a imputagao, reproduzindo-a somente como supposigao ; entretanto nao Ihe deviam faltar meios de certi- ficar-se da realidade. Hippolyto, ajuntava Palmella, despi- cava-se alias com usura no Portuguez, comegado e conti- nuado debaixo da sua influencia e protecgao, da forgada e calculada moderagao applicada ao Correio.
D este ou d aquelle modo e no Correio que devemos ir buscar o mais seguro esteio de um juizo franco sobre a admi- nistracao e a justica no Brazil em tempos d El-Rei Dom Joao VI. Ha na sua collecgao copia de dados curiosissimos, mesmo sem querer langar em carga o classico desmazelo official, de que da testemunho, entre outros documentos alii estampados, uma carta do Infante Dom Pedro Car los, (2) a quern o favor do tio Principe Regente fizera al- mirante da esquadra portugueza.
��(1) Officio reservado de 5 de Janeiro de 1817, vei sando ospe- cialmente sobre a imprensa portugueaa na Inglatorra. (Arch, do Min. das Rol. Ext.)
(2) Datada de 29 de Maio de 1809.
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