DOM JOAO VI NO BRAZIL 815

a dianteira em todas as manifestacoes de solidariedade com Dom Joao VI, affligido mas nao succumbldo, e bem dis- posto a dar um desmentido as previsoes pessimistas de Maler e dcs sens collegas diplcmaticos, os quaes todos nao enxerga- vam os meios de immediata repressao, acreditavam na propa- gagao do mal anarchico e ate ja viam imminente a forgada desercao de Montevideo perante a diminuicao do effectivo de cccupagao e bloqueio e o desanimo dos partidarios da an- nexagao.

A 7 de Abril informava comtudo Maler para Pariz que o erario vasio fora supprido pelos muitos dons voluntarios e os emprestimos gratuitos. "O Banco d esta capital poz a disposigao do governo um milhao de cruzados, a titulo de emprestimo; o barao do Rio Secco deu 50.000 cruzados, e outros capitalistas deram igualmente sommas consideraveis ; o conde de Belmonte offereceu 10.000 cruzados, o marquez d Angeja a sua baixella para ser fundida, que era obra do ourives de Pariz Germain, e toda a alta nobreza Ibes seguio o exemplo."

Em Lisboa, o fervor pela suffocacao da rebelliao colo nial foi muito menor, o que facilmente se comprehende em vista do afastamento e do descontentamento que causava a indefinida ausencia da corte. A Regencia, no fundo pouco commovida, nao quiz entretanto deixar de patentear sua lealdade e devotamento ao soberano, logo organizando uma pequena forga maritima para ir bloquear o porto rebelde e redobrando de rigor na fiscalizagao dos navios procedentes do Brazil. A exhibicao de energia do conde dos Arcos na Bahia, onde os primeiros armamentos navaes, ajudados es- pontanea ou calculadamente pela gente abastada da terra, se fizeram na phrase de Maler, com uma presteza que nao

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