816 DOM JOAO VI NO BRAZIL

era de esperar da indole portugueza (i), instigou tanta acti- vidade entre os governadores do Reino que os levou a ex- tremas vioLencias politicas.

Segundo o consul geral Lesseps (2), foi da sedigao pernambucana que nasceu a idea de uma conspiracjio "cuja existencia c fito nao posso ainda adivinhar, mas que podia entretanto fazer temer a disposicao do espirito publico. Con- vocou-se adrede uma reuniao extraordinaria dos membros do governo, com assistencia do marechal (Beresford) e de todos os conselheiros d Estado, guardando-se sobre ella o mais ri- goroso sigillo, ate que hontem se soube, com grave surpreza de todos os habitantes, que muitas prisdes tinham sido ef- fectuadas na noite de domingo para segunda-feira de Pente- costes, circulando muitas tropas na cidade, e estando prom- pto a entrar ao primeiro signal um reforgo de alguns regi- mentos congregados nos suburbios de Lisboa e pelos quaes se distribuira cartuchame."

Tao de molde apparecia essa conspiragao, que nao fal- tou quem pensasse e ha quern pense ainda que Beresford se inspirou em Fouche e se valeu de tal meio para preparar os resultados de um piano mais vasto, o qual, no dizer de Lesseps, o espirito perspicaz da multidao immediatamente descobriu entre os refolhos da politica ingleza: quer isto dizer que

compartilhava de semelhante opiniao o consul do Rei Chris- tianissimo.

��(1) Don? granges navios de trez mastr >s e dous brignos ja, a 5 de Abril, se fizersm de vela, e nao devem tardar om sogull-os um outro navio de trez mastros e duas embarcayo^s lig-eiras." (Officio de Maler de 29 de Abril). Tollenare falla n uma grande fragata vinda do Rio n Eiquella occasiao e que deve porventura s-.n - coutada eutre as quatro primc:iras (mibarca(;oos.

(.2) Officio cifrado de 27 de Maio de 1817.

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