DOM JOAO VI NO BRAZIL

As razoes sentimentaes eram obvias e bastantes para o coragao paternal do Imperador Francisco. Junto a Metter- nich, cujas boas disposicoes para com o governo portuguez o consorcio da Archiduqueza activara, passando o poderoso Chanceller, segundo refere Marialva, a achar muito justas as razoes da occupaqao de Montevideo, e injustificaveis as desconfiancas do Rei Catholico ( I ) era necessario ao em- baixador britannico fazer valer as razoes politicas. Adduzia por isso que o estado de agitagao demagogica do Brazil, e a demagogia era o terror constante de Metternich, nao acon- selhava a ida de uma Archiduqueza educada na mais aristo- cratica das cortes; sendo que, pelo contrario, sua apparigao em Lisboa teria o condao de contentar os Portuguezes, ancio- sos por abrigarem outra vez a sua velha corte, e de desvane- cer os enredos hespanhoes tendentes a encorporagao do Reino e consequente unificagao peninsular.

Metternich mostrou-se meio abalado com as razoes invocadas, mas finalmente recusou a Austria entrar no jogo da Inglaterra, e o proprio Chanceller foi a Liorne effectuar a entrega da Archiduqueza ao marquez de Castello Melhor, commissario especial de Dom Joao VI - - que para tal fim embarcara na resumida esquadra da Regencia juntamente

��(1) Opinava o publicista Gentz, confidente de Metternich e a soldo muito provavelmente do govorno portuguez, que as tropas portuguezas tinham avancjado ate a fronteira natural e logica do Brazil quando o territcxrio oriental e acbava verdadeira res iwllius, presa apenas da desordera e da anarchia. .-\s boas disposicoes aus- triacas fizoram naturalmente recrudescer a m; i vontade russa para com Portugal. .Ta a esse tempo existia o conflicto latente nos Bal kans entre Austria e Russia, escrevendo A. de Saldanha da Gama

de Sao IVf ersUurgo : " Estes dons govern os medem-se e so

observao mutuam ente debaixo das -for-mas da mais estreita amizade : porem logo que huma occasiao so offerega, parcceme impossivel qne a politica os nao obrigue a seguir differontes interesses." (Carta de 26 de Maio 7 de Junho de 1817) .

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