DOM JOAO VI NO BRAZIL 883

com o conde da Louza, mordomo-mor da Princeza, e o conde de Penafiel, seu veador.

Na serenata do palacio de Sao Christovao, por occasiao do casamento no Rio, o proprio Rei referiu a Maler (i) quanto trabalhara o embaixador britannico em Vienna para impedir a vinda da Archiduqueza ate ao Brazil; mas que, instado a respeito, o Imperador d Austria respondera que sua filha passara a ser filha do Rei de Portugal, cabendo portanto a S. M. F. designar-lhe a residencia. "Devo ajun- tar, commentava o agente francez, que o monarcha, apezar da sua profunda dissimulagao, nao pode occultar os senti- mentos de opposigao que nutre contra as vistas do gabinete inglez; tenho frequente ensejo de fazer esta observagao." A continua pressao exercida pelo governo britannico para que se realizasse uma viagem que a Dom Joao era antipa- thica, ao corpo e ao espirito, nao podia menos do que exacer- bar o mau humor regio ao ventilar-se esta questao.

Tinham surgido duvidas sobre a nacionalidade a que devia pertencer a comitiva da Princeza, preferindo o Im perador d Austria, segundo a pragmatica por elle seguida, que a compuzesse gente portugueza. Havia porem para isto, entre outras .difficuldades, a da enorme distancia que separava as duas cortes, uma europea e outra sul-americana, obstando a rapida deslocagao do seu pessoal. Chegou-se por fim a combinagao de ser desde logo portugueza, como vimos, a parte masculina da casa official da Princeza, e aus- triaca, ate o Rio de Janeiro, a parte feminina, formando-a as condessas de Kunburg, Sarentheim e Lodron, a primeira como camareira-mor e as duas outras como damas.

��(1) Officio de 10 de Novembro de 1817.

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