DOM JOAO VI NO BRAZIL 1099
rico pareceu soar com o movimento de 1821. Chamado ou melhor empossado pelo motfm militar e popular, o seu mi- nisterio durou porem pouquissimo e nao influio marcada- mente na marcha dos acontecimentos. Acompanhando o Rei no seu regresso foi residir em Pariz, ahi levando a vida de um estudioso e tornando-se celebre como publicista juridico, ate vir mais tar-de entregar a Portugal os fructos das suas vigilias e meditates.
Silvestre Pinheiro Ferreira, pelo que revelam suas cartas ha pouco editadas, esteve quasi unico, no desencontro de opinioes que caracteriza esse instante historico, em julgar a revolucao portugueza no seu valor precfso. Nem a consi- derou insignificante, nem a encarou como o fim da monarchia: para elle se nao formulou sequer o dilemma de dever o sobe- rano acudir as carreiras a Portugal para salvar as institui^oes, ou ter que renunciar ao velho Reino pelo exclusivo do seu amor ao Brazil. Fiava dos immortaes principios a solucao equitativa do problema.
De resto evento tao importante quanto aquelle tinha sido previsto por Silvestre, chegando seis annos antes a pre- venir o Rei do que Ihe guardava o future. Razao demais para nao perder a propria cabega quando viu realizado seu vaticinio, e animar Dom Joao VI que, perdido entre cem pareceres divergentes, sensatos uns, incongruentes outros, que zuniam em redor do throno, ficara de todo pessimista, reputando perdidos os negocios publicos.
Depois do 26 de Fevereiro eram dous os partidos a querer que Dom Joao VI deixasse o Brazil, pretendendo na- turalmente o patriota que Dom Pedro porem ficasse, pois de um mancebo assim inexperiente e ardego se poderia facil- mente fazer o instrumento da separagao e da independencia.
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