DA MINHA ALMA.
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Quem ha, pois, á tua vista,
         Que resista,
Que se não deixe tentar?
Que não deseje contente
'N essa languida torrente
Seus ardores afogar?...

E d'essa negra pupilla,
         Que scintilla
Com tão frouxo scintillar,
Como a luz enfraquecida
De uma lampada esquecida,
Que ninguém veio animar,

Ir no raio desmaiado,
         Com ousado,
Sôfrego, labio colher
De vida tenue parcella,
Qu´essa pupilla tão bella
Em si parece conter?

Resistir a tal encanto
         Nem um santo!
E que santo se esquivar