DA MINHA ALMA.
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Quem d’antes crêr me faria,
Qu'essa paixão, que eu nutria,
Viesse ainda a crescer?!...


Ella, ai de mim! — augmentou-se,
E a tal extremo elevou-se,
Que já não posso occultar;
Do meu coração o espaço
E já hoje bem escasso
P'ra tamanho amor guardar.

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Porque não sei explicar-te
0 que óra se passa em mim?
Ai! porque não sei provar-te
Que nunca soffri assim?!
Na minha vida passada
Tua imagem adorada
Nunca me fez tanto mal;
Nunca me deu um tormento,
Convulso, louco, violento,
Que fosse ao que sinto, igual!