Advertência Preliminar

(Da Primeira Edição)

Destinava se a publicação desta obra a celebrar o quinto centenário do descobrimento da Madeira, constituindo uma das comemorações com que entre nós se deveria ter solenizado aquele notável e auspicioso acontecimento. Pelos motivos que sumariamente deixamos expostos no artigo Descobrimento do Arquipélago, entenderíamos que essa celebre obra para ser completa, teria que revestir uma feição de carácter nacional e não se restringir apenas aos apertados limites duma consagração regionalista a dentro do isolamento e da distância a que ficam estas afastadas ilhas. Perderam se ou foram de todo esquecidas as palavras com que na imprensa da capital se fez recordar o dever dessa comemoração, chamando se especialmente as atenções da Academia das Sciencias de Lisboa e de modo muito particular da Comissão encarregada de promover a celebração dos centenários das nossas conquistas e descobertas, que existe e funciona no seio da mesma Academia. Se a conquista de Ceuta, por ser a primeira realizada além das fronteiras continentais, mereceu uma condigna e solene comemoração, não podia também ser esquecido o descobrimento deste arquipélago, que verdadeiramente assinala o início da nossa brilhante odisseia de navegantes e de futuros dominadores dos mares.

Não é para causar estranhezas que assim tivesse acontecido, sabendo se que essa data gloriosa passou despercebida na capital deste arquipélago, à parte umas breves e fugidias referências que lhe fez a imprensa diária do Funchal. Coube unicamente à Junta Geral deste distrito a honra de comemorar o quincentenário do descobrimento da Madeira, mandando executar a maqueta do monumento a erigir ao descobridor João Gonçalves Zarco e fazendo publicar a obra a que estas

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