Em meio da partida, quando servia-se o chá, Amália com um aceno do leque indicou a Henrique Teixeira uma cadeira que vagara a seu lado.
-- E o nosso folhetim?
-- Refleti, D. Amália; o melhor é falarmos de outra coisa.
-- Confessa, portanto, que seu amigo é como os outros; mais um exemplar desse compêndio já muito conhecido que se chama marido.
-- Não, senhora, não confesso; calo-me. Não devo expor à sua zombaria a vida íntima do amigo que mais prezo.
-- Esta reflexão, devia tê-la feito em princípio, doutor. Depois de haver-me aguçado a curiosidade, está na obrigação de satisfazê-la, e é o mais prudente, porque o seu silêncio compromete o seu amigo.
-- Em quê?
-- Dá-me o desejo de fazer acerca dele, e acerca dessa vida íntima que não pode ser profanada, as mais extravagantes suposições.