LIVRO VII.
Tu não menos, Caieta ama de Enéas,
Nossas praias morrendo eternizaste;
Guarda o lugar teu nome, e se isto he glória,
Na magna Hesperia os ossos te assinala.
5 O pio alumno, exequias celebradas,
Túmulo erguido, assim que os mares jazem,
A velejar prosegue e o pôrto larga.
Auras á noite aspiram, nem seu curso
Candida a Lua nega; o ponto esplende
10Ao trémulo clarão. Circéas terras
Costêam-se, onde lucos inaccessos
Com aturado canto a rica filha
Do Sol atroa, e nos suberbos tectos
Odoro cedro em luz nocturna queima,
15Corre com pente arguto as finas têas.
Dalli gemidos a se ouvir, e as iras
De horrentes leões cadêas recusando
E a deshoras rugindo, e nos presepes
Ursos raivar, sanhudos grunhir cerdos,
20E enormes vultos ulular de lobos;
Que a seva deusa com potentes hervas
De homens os transvestira em brutas feras.
Porque arribada o encanto a boa gente
Não padeça, nem toque as diras plagas,
25Favoravel Neptuno encheu-lhe as vélas,
E dos férvidos váos a impelliu fóra.
Já na arraiada roxeava o pégo,
Fulgia em rosea biga a ruíva Aurora:
Acalma o vento, nem sequer bafeja,
30E tonsas luctam pás no lento marmore.