Mas, se de um pae (de Anchises te relembres)
Commove-te a velhice, a Dauno eu rógo
Me entregues, senão vivo, ao menos morto.
Venceste, e viu-me emfim a Italia toda
910As palmas levantar: Lavinia he tua;
Os odios não requintes.» O acre Enéas
Pára, os olhos voltêa, a mão reprime:
Iam-no as preces quasi enternecendo,
Quando o infeliz talim se mostra ao hombro
915E a cravação do cingidouro fulge,
Despojos de Pallante, a quem menino
Prostrara Turno com letal fereza,
E essa devisa infesta em si trazia.
Da cruel dôr no monumento os olhos
920Mal embebe, enfuriado o heroe vozêa:
«Que! tu me escaparás dos meus com presa!...
Nesta ferida immola-te Pallante,
Pallante vinga-se em teu impio sangue.»[1]
No peito aqui lhe esconde o iroso ferro:
925Gêlo os orgãos lhe solve, e n’um gemido
A alma indignada se afundou nas sombras




  1. No original, esta fala de Enéias vem sem aspas tanto no início como no fim.