mórbida, inteiriçando-me, fazendo-me bater os dentes.

Quis levantar-me, chamar: estava tolhido e não sei quanto tempo, envolto em peles, tiritei transpassado, olhando o vivido fulgor da chama, ouvindo o crepitar das achas.

Era um frio interno como se o sangue se me fosse congelando e os ossos se fizessem de neve. Pouco a pouco, porém, veio vindo o calor e, com ele, um sono pesado, sono de fadiga que me prostrou como morto.

Na manhã seguinte acordei em tão alegre disposição e tão rijo que Maya, sorriu do meu entono quando entrou com uma braçada de orquídeas colhidas na estufa.

Ao vê-la, depondo a espada com que me exercitava, passei-lhe o braço à volta do busto grácil, beijando-a duas vezes na fronte e na boca.

Não se mostrou surpreendida, senão contente e, consentindo no meu delírio, apenas baixava as pálpebras e as suas pequeninas mãos eram de neve e tremiam dentro das minhas que as torturavam.