— O jasmineiro revestiu-se de alvura, como a um luar misterioso que só para ele clareasse, mas o palor destacava-se ondulando, subia em leve arejo, tênue esvaindo-se: pairou, um instante, sobre o arco, retraindo-se, dilatando-se, ascendeu suave, depois ligeiro como levado por um vento forte; e sumiu... Eu vi! Acendeu o cigarro, sentou-se no banco do piano, o olhar vago, perdido.

— Pois, meu caro Frederico, deu-se o mesmo comigo. Eu nada diria se me não houvesses comunicado a tua visão. Deu-se o mesmo comigo, quase à mesma hora. E descrevi a aparição que me surgira na treva do corredor.

— E que dizes?

— Eu? Não sei. Não acreditas na alucinação coletiva?

— Não acredito nem duvido: a vida é um mistério e eu vivo. Essa inglesa, com quem sempre simpatizei, por senti-la infeliz, é um desses espíritos de amor que só vivem para amar. Retraída na virtude, expande-se em bondade. É uma árvore virgem coberta de flores,