ou sossobra, mas, se não larga do abrigo, fica até a volta do dono que, de novo, lhe põe a palamenta e fá-lo em rumo ao mar alto.

A vida é o mar, o barco é o corpo, o barqueiro é a alma.

Lembras-te do Gênesis? Lá está, no segundo dístico: “O Espírito de Deus movia-se sobre a face das águas”. Era a Alma Absoluta, a Eterna Fecundidade pairando geradoramente sobre o oceano, ainda imóvel, da vida universal. Jesus viveu entre pescadores — almas. A tempestade do lago de Tiberiade que é senão a representação das tormentas da Vida? E Cristo, desprezando o barco, não caminhou sobre as águas à vista dos discípulos? Por quê? Para quê? Para mostrar que o Espírito de Deus não carece de corpo.

Largo tempo calamos os nossos pensamentos. Brandt pôs-se diante de mim e, com os olhos fulgurantes, segredou-me, como se receiasse ser ouvido por outrem: Meu caro, a ciência é uma coluna em espiral girando sempre. Parece-