a olhar embebido no silêncio.

O ramo do jasmineiro balançava de leve como se lhe acenasse, estirando-se para alcança-lo.

Uma mariposa esvoaçava em torno da açucena do gás. Brandt não fazia o mais ligeiro gesto, absorto, sonhando, imobilizado no pensamento como à beira de um abismo.

— Que tens, Frederico? Perguntei preocupado e ele, como surpreendido, voltou- se, de olhos enevoados, pálido e, levando a mão à fronte, a arrepelar os cabelos, murmurou vagamente:

— Não sei... Não sei... Abriu o piano, sentou-se e, com as mãos espalmadas no teclado, quedou extático. De improviso, ergueu-se, pôs-se a caminhar ao longo da sala, cabisbaixo, e repetiu em voz surda: Não sei.

Plantou-se diante de mim, o olhar fito, airado: Pareço louco, não? Se pudesses imaginar o que sinto... A música desvaira-me. Wagner tinha razão — “ela é literalmente