de crianças, levava-as aos jardins públicos, às praias e alegre, rindo, com o sangue a manchar-lhe as faces, os olhos muito brilhantes, corria com elas pela relva fina, por entre as árvores, ao longo do areal molhado, fortalecendo-as ao sol, na sadia exalação dos bosques ou ao grande ar salitrado que vinha do oceano azul.

Era sardenta e sofria de enxaquecas, sempre com um vidrinho de sais e cápsulas no bolso.

À mesa falava o inglês ou estropiava, a contra gosto, o português, com esgares de nojo, rolando as palavras na boca, como se lhe causassem náuseas.

Em um dos quartos que abriam sobre a varanda, Alfredo Penalva, quintanista de medicina, muito casmurro, ainda que, certa manhã, o jardineiro o encontrasse estirado em um dos caramanchões, a roncar, com um embrulho agarrado ao peito. Quando o levantou nos braços, chamando-o respeitosamente à decência, o embrulho caiu-lhe das mãos, desfez-se, e ovos duros rolaram pelo saibro.