Brandt, diante da capela, nua e desolada como se por ela houvesse passado a profanação de um excídio, meneou com a cabeça:

— Não! Não compreendo religião sem ritual, nem ritual sem pompa. O homem precisa ver para compreender e amar. Não basta pensar em Deus, é necessário senti-lo, tê-lo ante os olhos em uma expressão material, como um alvo a que vá fita a prece, para o qual se lancem as mãos pedintes e corram em torrentes as lágrimas desencadeiadas.

— E a natureza? Tudo isto? Céus e terras?

— Tudo isto é a criação, não é Deus. E esta capela é uma casa deserta, um corpo morto a que falta...

— Um ídolo...

— A alma, meu velho, a alma das religiões que é justamente a Poesia: uma expressão da Bondade, do Amor, da Esperança, da Fé... O símbolo, o símbolo, o eterno e necessário símbolo.

Isto é desoladoramente triste, has de convir. Vamos! E descemos desconsolados já precipitosa ladeira apuada em pedrouços.