Diante do carro Brandt ficou um momento hesitante; por fim disse ao cocheiro: Para o Globo!

E, deixando-se cair no assento, exausto, desabafou: Estou com fome! Tive um dia tremendo! Felizmente aí está o sol. Não imaginas como passo mal nestes dias sem luz. E, inclinando-se para olhar o céu, exclamou extasiado no azul: Tarde esplêndida!

O aroma e o som, vivendo no ar, insinua-se mais do que a luz: a fronde de uma arvore é empecilho ao sol — o aroma e o som passam através dos muros fortes dos cárceres.

No cérebro eles são assíduos, e, visitando todos os meandros, vão sugerindo ideias, despertando reminiscências, gerando êxtases e terrores, excitando o gozo ou provocando lágrimas.

Há melodias e aromas que renovam saudades, outros fazem-nos devaneiar lançando-nos aladamente em plena fantasia.