estava a meu lado inclinando sobre o meu rosto o lírio cujo perfume me deliciava.

Ouve, continuou. O mistério não o direi, está escrito: aqui o tens. Curvou-se e, apartando as folhagens que galeavam a fonte, apanhou uma caixa de cedro laminada de prata, abriu-a e tirou um livro que me entregou.

Eu pretendia dar-te o conhecimento do que se acha exposto neste volume, que é a tua Bíblia, precipitaste o meu trânsito com a curiosidade, tive de volver em “aura” do Além para acudir ao corpo, que ainda era meu e que profanaste com o olhar imprudente.

O teu castigo foi benigno: três meses nas prisões da Morte, mas o que perdeste é inestimável. A mim beneficiaste aligeirando as horas da grande e definitiva Renúncia.

Antes que o sol toque o pino do céu ter-me-ei libertado deste passo de angústia integrando-me no Athma. Sendo o corpo terra que é a vida mais do que uma prisão em sepulcro? Abreviaste a hora da minha ascensão.