saudosos silêncios, com a que eu deixara para o todo sempre, pareceu-me mais extraordinária e prodigiosa.

Os meus dias no solar perdido discorriam dormentes com a monotonia com que rolam as águas de um rio claro, formoso, mas sempre, invariavelmente sereno, com o mesmo choroso murmúrio, com as mesmas cândidas flores carreadas no curso, as mesmas verdes ramas retratando-se-lhe na superfície lisa e no turbilhão em que eu me precipitara as surpresas sucediam-se com os minutos.

Os quatro primeiros dias da minha nova existência foram, a bem dizer, mais cheios do que os quietos dezoito anos jazidos no solar merencório do vale triste.

Sulivan tudo mostrou-me: o fausto mais imponente e a miséria mais comovedora e sórdida.

Vi cortejos de príncipes e levas de galés, uns e outros entre armas. Ouvi coros em catedrais, vastas como cidades, e ouvi o arquejo dos bateleiros que cruzam o rio, o canto triste dos operários à volta das oficinas.