dissolvia-se em tédio como a poeira que um vento levanta da estrada e, um momento, ondula, brilha dourada ao sol e logo recai no chão.

O silêncio atraia-me. Um tímido, irritado vexame fazia-me recuar, fugir à vista afrontosa dos curiosos, notando despudor aviltante na insistência maliciosa com que me encaravam os homens, impudência lúbrica no êxtase das mulheres que punham os olhos a fito no meu rosto, com escândalo.

Vi o orgiar noturno, o estadeio do vício sob todas as formas: na libertinagem solta em que se rojavam mulheres e mancebos, na ebriez despeiada, na tavolagem infrene e depois, pela treva silente, em passos que chapinhavam, vultos trôpegos fariscando, revolvendo entulhos, disputando aos cães o dejeto das copas.

Recolhendo ao hotel com o coração eivado de tristeza, não conseguia conciliar o sono e debruçava-me ao balcão contemplando a cidade vasta, esplêndida de luzes, cuja miséria eu surpreendera em toda a hediondez e ficava-