— Tenho-o quase concluído faltam-me apenas duas páginas que se referem à sua vida no Brasil, se é que, em verdade, é o senhor o ente de agonia que se debate em tão extraordinária narrativa.

— Sim, sou; disse, e, empalidecendo, como em desmaio, e em voz difícil, continuou: O que lhe falta é pouco, quase nada, esse pouco, sem valor. A minha vida no Brasil...! Eu aqui procurei a Natureza, só me relacionei com a paisagem e com a luz; repousei e levo saudade da terra e do céu deste país de encanto. Impressão... A não ser a natureza, só me resta uma. Deu-me a uma infeliz que se escravizou à minha sombra, que se deixou prender num sonho... E morreu de amor. Fiz com ela o que dizem que as sereias fazem com os náufragos: em quanto sentem calor têm-nos nos braços, logo que morrem e esfriam rejeitam-nos do colo. Sorvi-lhe o sentimento, tive-a chegada à minha alma como um sedativo, vivi daquele amor. Vampirismo espiritual, talvez.

— Miss Fanny...?