Era um demônio, um verdadeiro demônio. Oh! Eu bem o sentia...! Tivera-o ali, momentos antes vira-o, falara-lhe, entregara-lhe objetos, entanto ele lá ia longe, por mares remotos, impossibilitado de comunicar-se materialmente comigo e como fizera?

Sons vibraram docemente no beato silêncio, entraram pela janela aberta em visita meiga à minha alma e, como por seu prestígio melodioso, foram morrendo, calando-se os pávidos ruídos que me atordoavam atroadoramente e eu reconheci a Marcha nupcial de Mendelssohn.

Era Brandt que tocava, era ele, o artista admirável que me defendia com a sua arte divina, exorcizando o espírito obsessor.

E um momento — suave e consolador momento! — Fiquei em repouso, ouvindo e pensando, na solidão daquele recinto assombrado, tão perto da vida e tão perto da morte.

Concentrei-me na música, como em homizio. Os sons envolveram-me, formaram em torno de mim um verdadeiro círculo mágico e, enquanto durou a melodia encantadora o