ambas, arrastou-me até o sofá onde se deixou cair arquejando. Atordoado com tamanho imprevisto fiquei sem ação, a olhar aquele homem que se debatia metendo os dedos pela gola da camisa como para alarga-la, agitando aflitamente a cabeça, num desespero de ar.

De repente, fitando em mim os grandes olhos maravilhosos, sorriu, com meiguice feminina, abrindo largamente os braços no encosto do sofá e derreando a cabeça dourada e revolta.

Tomei-lhe o pulso, estava agitado; toquei-lhe a fronte: era de neve. Sentei-me junto dele e interroguei-o:

— Que sente? Agitou-se, estirou as pernas, estalaram-lhe de rijo os dentes.

Sobre a mesa havia uma garrafa e copos: uísque. Preparei-o com água e ofereci-lhe. Bebeu a goles espaçados. Esteve ainda um momento inerte, de olhos cerrados, como adormecido, respirando a custo, mas pouco a pouco, readquirindo a calma, sorrindo em êxtase, murmurando palavras vagas, pôs-se