se instalava em um ramo, tecendo o ninho.

Ouvindo os meus passos voltou o rosto. Eu ia falar-lhe quando o vi afastar-se vagarosamente, os braços para as costas, a cabeça baixa.

Senti uma revolta. Decididamente o comendador e Basílio tinham razão.

E nunca mais nos encontramos. Do meu quarto, à noite, eu ouvia-lhe os passos até tarde, às vezes cantarolas; mais nada.

Uma noite passeávamos na praia de Botafogo, Brandt e eu, quando o vimos passar em um carro aberto.

— Lá vai o excêntrico, disse o músico atirando à rua a ponta do charuto. Comentamos aquela vida misteriosa e eu referi o caso da noite, “a vertigem” e Brandt, depois de ouvir-me em silêncio, disse:

— Para mim é um doente d’alma. Queria que o visses à noite, quando toco.

O homem vem até à minha janela e ali fica horas e horas, ouvindo. Há certas músicas que o irritam, não sei porque. Mal as