ali afrouxou em covardia. Ainda assim relutei contra a timidez pusilânime que me arrancava para os meus cômodos tão nus, tão tristes sem aquelas prometidas páginas que eu almejava e para as quais tendiam, numa atração misteriosa, todas as energias de minha alma.

De leve impeli a porta. Um estalo seco detonou. Recuei crispado, sob a impressão dum arrepio; mas insisti. A porta cedeu abrindo-se sobre o salão pálido ao luar que vinha do terraço. O ar chegava-me em lufadas e esfuziava pelo corredor. Bati as palmas, a princípio tímido, fracamente, depois mais forte e parecia-me que a casa estrondava em ecos retumbantes.

Um vulto branco surgiu como uma condensação do luar. Adiantou-se em vagarosos passos teatrais e, junto à mesa do centro, deteve-se cabisbaixo, enclavinhando as mãos. Súbito, lançando violentamente os braços para a altura, derrubando a cabeça para trás, meneou-a em desesperado gesto repetindo, em voz cava, a exclamação que eu, uma noite, ouvira no jardim: