rosto um sorriso... Um sorriso... Porque não hei de fixar a minha impressão? Enamorado. E eu tive, então, a certeza, a dolorosa, a pungente certeza de que a alma daquele homem, que resplandecia em formosura, era... Para que dizer?

Falei-lhe da novela. Ergueu-se de golpe, em sobressalto, e, lesto, passou ao salão, acendeu o gás, todos os bicos do lustre, e desapareceu no quarto, cuja entrada era dissimulada por um pesado reposteiro de seda cor de pérola, igual aos das portas que abriam para o terraço.

Demorou-se o bastante para que eu pudesse examinar o salão mobiliado com riqueza e gosto, ainda que extravagante.

Um grupo Luiz XV, de brocado amarelo, compunha um dos cantos, sob o recato de um claro biombo, todo florido de lilases. No ângulo oposto era a molície oriental: sobre um tapete de Caramania flácidos coxins, tamboretes côncavos, otomanas convidando a espreguiçamentos voluptuosos. Duas amplas cadeiras de ébano entalhado em flores e laçadias,