Á delle, venerando Sacerdote,
Ante o Deus Redemptor p’ra sempre unia,
D’improviso no Templo as naves todas,
A arcada, e o chão forte tremeram:
E da lampada a luz, que vacilante
Seu arranco de morte já exhalava,
De trevas innundando o desposorio,
Eis subito se mostra o mesmo espectro
D’hedionda catadura e ferro alçado,
Brandindo-o, e sopesando-o até craval-o
No peito do esposo desgraçado,
Qu’envolto em sangue aos seus pés lhe roja
De amôr surdo gemido só dizendo
E o nome de — Carlinda! — repetindo.
— Gargalhada infernal então crepita
Dos chammejantes labios do assassino,
Cujos échos ao longe retumbando
Do flagicio dispertam o sonhador.
Oh! que dôr angustiada,
Lacerada,
Em seu peito s’infiltrou,
Que se Deus lhe não valera,
Suppozera
Que no sonho se finou.
Mago sopro do Senhor,
Nesta dôr,
Santa reza lhe inspirou,
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