A MINHA ESTRELLA!
Ao meu Irmão e Amigo
LUIZ DE QUEIROZ MATTOSO MAIA.
Nas agoas profundas do pélago immenso
Na pôpa de um barco que os mares varria,
Attento eu mirava nos céos esmaltada
Estrella brilhante que ao longe fulgia.
E era tão bella, tão nivea e mimosa,
No seu esplendor, e na sua magia,
Que longe do mundo, não sei porque sorte
A Estrella brilhando o meu fado dizia:
«Ó Bardo, que máguas no peito alagando
«Teus prantos desatas em trovas sentidas:
«Não és só no mundo, mistura co’as minhas
«Tuas dôres e máguas p’la sorte movidas.»
«Concentra em teu peito, não vibres na lyra
«Os carmes pungidos da vida passada;
«Não sejas escravo da terra, do mundo,
«Procura na patria a vida prismada.»
«Mui longe dos gesto tyrannos, fingidos,
«Que o oiro acalentam, — qual maga virtude;
«Esquece, despresa, não sintas no peito
«Effluvios de um nome tão féro e tão rude.»