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Meu corpo extasiado
Nos sonhos d’amor!
Depois dispertando
Meus olhos fitando
Te estava mirando
No teu dormitar —
Como eras formosa!
Quanto eras mimosa,
Arminda ditosa
No teu respirar!
Travando da lyra
Que tanto m’inspira
Nos sons que delira
Me puz a trovar —
Cantei o teu rosto —
Divino composto —
A mim só exposto
Que o sei adorar!
Por cum’lo d’anhélos
Teus bellos cabellos
Da côr dos meus zèlos
Me puz a affagar: —
Mas eis que disperto
E vejo-me — é certo —
Já ter descuberto
Que é tudo um sonhar!