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Eu vi-te! — E acordado
O sonho gosado
Agora lembrado
Não posso esquecer!
Fugio-me a ventura
Tão maga e tão pura —
Se o sonho não dura
Porque hei de viver?! —


PORQUE PÓDES DUVIDAR?

Ingrata porque motivo
Cruel pódes duvidar
Desse fogo lento e vivo
Que é hoje o meu penar!
Foste tu que m’o accendeste
Que desses olhos quizeste
Que eu bebesse o seu fitar! —

Qual mimosa e casta flôr
Desfolhada pelo vento —
Assim me roubaste o amor —
Que é hoje o meu tormento.
Neste martyrio de dôr
Inda queres com rigôr
Escaldar meu pensamento!