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Presos em corpo, e alma — ambos bem juntos,
Descrendo desta vida — o mundo inteiro
Em ti só resumido eu divisava;
E eu era o teu Anjo a quem só qu’rias;
Ahi — quem sabe, se o teu peito ainda
Soluçando por mim arfa constante!
Quem sabe se algum verme venenoso
Corroeu-t’o, infeliz, — tornou-te ingrata!
Ou tambem se d’astuto aventureiro,
Fementido e fallaz, e vil cobarde
Um outro amor no adyto do peito
T’infiltrou, e de mim ousado zomba,
Em teus braços só meus, só meus outr’ora!!
Mas não! — neste delirio eu crer não posso,
Que mais do que perjura então serias,
Tu fôras barb’ra — deshumana fôras!

Quer junto a aridas plagas —
Quer a frondoso coqueiro —
Quer em bosque emmaranho,
Quer no cimo de um outeiro, —

Quer vivendo léda vida —
Quer carpindo imiga sorte —
As minhas juras d’amor
Guardarei até á morte.