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ESPUMAS FLUCTUANTES


Entào do excelso Olympo o deus-tonante
Manda que desça um raio fulgurante

A tenda do escuiptor.
Vive a estatua! Nos olhos — treme o pejo,
Vive a estatua!... Na boca — treme um beijo,

Nos seios — treme amor.

O poeta ó — o moderno estatuário
Que na vigilia crêa solitário

Visões de seio iiú!
O mármore da Grécia — é o novo drama!
Mas o raio vital, quem lá derrama?...

É Júpiter!... És tu!...

Como Gluck nas selvas aprendia
Ao som do violoncelo a melodia

Da santa inspiração,
Assim bebes atteiitu a voz obscura
Do vento das paixões na selva escura

Chamada — multidão.

Gargalhadas, suspiros, beijos, gritos,
Cantos de amor, blasphemias de precitos,

Choro ou reza infantil,
Tudo colhes... e voltas côas mãos cheias,
— O craneo largo a transbordar de idóas

E de creações mil.