ESPUMAS FLUCTUANTES
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Então começa a luctu, a lucta enorme.
Desta matéria tosca, áspera, informe,

Que na praça apanhou,
Teu génio vai forjar novo thesouro...
O cobre escuro vai mudar-se em ouro.

Como Fausto o sonhou!

Gloria ao Mestre! Passando por seus dedos
Dóe mais a dor... os ricos são mais ledos...

O amor ó mais do céo...
Rebenta o ouro desta fronte accesa!
O artista corrigiu a natureza!

O alchimista venceu!

Então surges, Actor! e do proscénio
Atiras as moedas do teu eemo

As pasmas multidões.
Pródigo enorme! a tua enorme esmola,
Cunhada pela effigie tua, rola

Nos nossos corações.

Por isso agora, no teu almo dia
Vieram dando as mãos a Poesia

E o povo, bem os vês;
Como nos tempos dessa Roma antiga
Aos pés desse outro Augusto a plebe amiga

Atirava lauréis...