ESPUMAS FLUCTUANTES
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os ANJOS DA MEIA NOITE
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Quando a insomnia, qual lívido vampiro,
Como o archanjo da guarda do Sepulchro,
Vela á noite por nós,
E banha-se em suor o travesseiro,
E além geme nas franças do pinheiro
Da briza a longa voz...
Quando sangrenta a luz no alampadario
Estala, cresce, expira, após resurge,
Como uma alma a penar,
E canta aos guizos rubros da loucura
A febre — a meretriz da sepultura —
A rir e a soluçar...
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